Tendências Globais e Cenário Atual do Mercado de Pneus no Brasil: Um Panorama Comparativo
O mercado global de pneus apresentou comportamentos distintos entre as principais regiões do mundo no primeiro trimestre de 2024. Enquanto América do Norte e Europa demonstraram estabilidade ou crescimento no mercado de reposição, a China mostrou sinais de desaceleração econômica. Ao mesmo tempo, o mercado brasileiro enfrentou desafios, especialmente na reposição, mas manteve certa estabilidade nas vendas para montadoras. Neste artigo, apresentamos uma análise detalhada das tendências globais divulgadas por uma das maiores fabricantes do mundo, comparando com o cenário atual do setor no Brasil.
Tendências Globais (América do Norte, Europa e China)
América do Norte
Na América do Norte, o mercado de pneus de reposição apresentou estabilidade em volume, com aumento nas importações – especialmente de pneus asiáticos. Por outro lado, o segmento de pneus fornecidos às montadoras (equipamento original) teve queda acentuada, resultado das incertezas econômicas e geopolíticas. Já no segmento de carga (caminhões e ônibus), o mercado passou por um ajuste após excesso de importações nos anos anteriores.
Europa
A Europa apresentou crescimento no mercado de reposição, puxado principalmente pela demanda por pneus de inverno e para todas as estações. As importações também cresceram, reforçando a concorrência com os fabricantes locais. Já o fornecimento de pneus para montadoras caiu significativamente, afetado por questões macroeconômicas e produção automotiva reduzida em diversos países do continente. O mercado de pneus de carga manteve estabilidade, embora com queda em regiões como o leste europeu.
China
A China viveu um momento misto. De um lado, a demanda interna apresentou sinais de enfraquecimento devido ao cenário econômico mais fraco. De outro, incentivos do governo ajudaram a estimular parte do consumo. Além disso, as exportações de veículos fabricados na China sustentaram a produção de pneus, mesmo com menor procura local.
O Mercado de Pneus no Brasil
Queda nas Vendas em 2024
O mercado brasileiro de pneus fechou o ano de 2024 em queda. Foram cerca de 50,6 milhões de pneus vendidos no país, uma retração de quase 3% em relação ao ano anterior – o pior desempenho desde 2013. O principal fator foi a queda nas vendas de reposição, com recuo superior a 3%, reflexo da inflação, crédito caro e adiamento da troca de pneus por consumidores.O segmento de pneus de passeio foi o mais afetado, com retração de quase 7% nas vendas. Já o setor de comerciais leves e pneus de carga teve leve crescimento, impulsionado pelas vendas para montadoras e pela movimentação do setor de entregas e transporte.
Produção Nacional
Somando o mercado interno e exportações, a produção total de pneus no Brasil ficou entre 62 e 63 milhões de unidades em 2024. A indústria nacional possui ampla capacidade instalada, com 21 fábricas em operação, mas muitas operam abaixo do potencial devido à forte presença de pneus importados no mercado.
Importações e Exportações
O Brasil registrou um recorde de importações em 2024, com 54 milhões de pneus importados – aumento de quase 14%. Em contrapartida, exportou apenas 11,6 milhões. O déficit comercial nesse setor bateu recordes, pressionando ainda mais a indústria local. Hoje, os pneus importados representam cerca de 50% das vendas no país, com destaque para produtos asiáticos de baixo custo.
Participação de Mercado
O mercado brasileiro é dominado por grandes fabricantes globais, como Pirelli, Bridgestone, Michelin, Goodyear, Continental e Dunlop. Essas empresas ainda mantêm boa fatia do mercado, mas vêm perdendo espaço para marcas importadas mais baratas. A concorrência acirrada tem pressionado preços e margens, especialmente no segmento de reposição.
Comparativo: Brasil x Tendências Globais
Pontos em comum:
Assim como nos EUA e Europa, o Brasil enfrentou queda nas vendas para montadoras nos últimos anos, mas começou a se recuperar em 2024.
A invasão de pneus importados – principalmente da Ásia – é uma realidade compartilhada por todos os mercados.
A pressão de custos, o impacto de fatores econômicos e a instabilidade nas cadeias de suprimentos também são desafios globais.
Diferenças marcantes:
Enquanto América do Norte e Europa mostraram estabilidade ou crescimento no mercado de reposição, o Brasil registrou queda, refletindo o menor poder de compra do consumidor.
No Brasil, o aumento das importações foi mais agressivo, colocando em risco a sustentabilidade da produção nacional.
O crescimento de pneus para montadoras foi mais acentuado aqui do que em outros países, especialmente no segmento de caminhões.
Apesar do cenário desafiador em 2024, há expectativa de uma leve recuperação em 2025, impulsionada por juros mais baixos e algum reaquecimento no setor automotivo. No entanto, os dados do primeiro bimestre de 2025 mostram um início de ano ainda fraco, especialmente no mercado de reposição, que continua sofrendo retração.
A indústria nacional segue pressionada, operando com capacidade ociosa e buscando apoio para conter a concorrência desleal de produtos importados. Medidas como tarifas de proteção, combate ao subfaturamento e estímulo à produção local são discutidas como caminhos possíveis para recuperar competitividade.
O mercado de pneus está passando por um período de transição, tanto globalmente quanto no Brasil. As tendências internacionais revelam um ambiente desafiador, mas com nuances específicas em cada região. No Brasil, o excesso de importações, a queda nas vendas de reposição e a pressão sobre a indústria local tornam o momento especialmente delicado.O setor deve acompanhar atentamente os próximos movimentos da economia, da política comercial e das preferências do consumidor. A recuperação virá para quem estiver preparado para adaptar estratégias, reposicionar ofertas e enfrentar uma concorrência cada vez mais acirrada.
Tendências Globais e Cenário Atual do Mercado de Pneus no Brasil: Um Panorama Comparativo
O mercado global de pneus apresentou comportamentos distintos entre as principais regiões do mundo no primeiro trimestre de 2024. Enquanto América do Norte e Europa demonstraram estabilidade ou crescimento no mercado de reposição, a China mostrou sinais de desaceleração econômica. Ao mesmo tempo, o mercado brasileiro enfrentou desafios, especialmente na reposição, mas manteve certa estabilidade nas vendas para montadoras. Neste artigo, apresentamos uma análise detalhada das tendências globais divulgadas por uma das maiores fabricantes do mundo, comparando com o cenário atual do setor no Brasil.
Tendências Globais (América do Norte, Europa e China)
América do Norte
Na América do Norte, o mercado de pneus de reposição apresentou estabilidade em volume, com aumento nas importações – especialmente de pneus asiáticos. Por outro lado, o segmento de pneus fornecidos às montadoras (equipamento original) teve queda acentuada, resultado das incertezas econômicas e geopolíticas. Já no segmento de carga (caminhões e ônibus), o mercado passou por um ajuste após excesso de importações nos anos anteriores.
Europa
A Europa apresentou crescimento no mercado de reposição, puxado principalmente pela demanda por pneus de inverno e para todas as estações. As importações também cresceram, reforçando a concorrência com os fabricantes locais. Já o fornecimento de pneus para montadoras caiu significativamente, afetado por questões macroeconômicas e produção automotiva reduzida em diversos países do continente. O mercado de pneus de carga manteve estabilidade, embora com queda em regiões como o leste europeu.
China
A China viveu um momento misto. De um lado, a demanda interna apresentou sinais de enfraquecimento devido ao cenário econômico mais fraco. De outro, incentivos do governo ajudaram a estimular parte do consumo. Além disso, as exportações de veículos fabricados na China sustentaram a produção de pneus, mesmo com menor procura local.
O Mercado de Pneus no Brasil
Queda nas Vendas em 2024
O mercado brasileiro de pneus fechou o ano de 2024 em queda. Foram cerca de 50,6 milhões de pneus vendidos no país, uma retração de quase 3% em relação ao ano anterior – o pior desempenho desde 2013.
O principal fator foi a queda nas vendas de reposição, com recuo superior a 3%, reflexo da inflação, crédito caro e adiamento da troca de pneus por consumidores.
O segmento de pneus de passeio foi o mais afetado, com retração de quase 7% nas vendas. Já o setor de comerciais leves e pneus de carga teve leve crescimento, impulsionado pelas vendas para montadoras e pela movimentação do setor de entregas e transporte.
Produção Nacional
Somando o mercado interno e exportações, a produção total de pneus no Brasil ficou entre 62 e 63 milhões de unidades em 2024. A indústria nacional possui ampla capacidade instalada, com 21 fábricas em operação, mas muitas operam abaixo do potencial devido à forte presença de pneus importados no mercado.
Importações e Exportações
O Brasil registrou um recorde de importações em 2024, com 54 milhões de pneus importados – aumento de quase 14%. Em contrapartida, exportou apenas 11,6 milhões. O déficit comercial nesse setor bateu recordes, pressionando ainda mais a indústria local. Hoje, os pneus importados representam cerca de 50% das vendas no país, com destaque para produtos asiáticos de baixo custo.
Participação de Mercado
O mercado brasileiro é dominado por grandes fabricantes globais, como Pirelli, Bridgestone, Michelin, Goodyear, Continental e Dunlop. Essas empresas ainda mantêm boa fatia do mercado, mas vêm perdendo espaço para marcas importadas mais baratas. A concorrência acirrada tem pressionado preços e margens, especialmente no segmento de reposição.
Comparativo: Brasil x Tendências Globais
Pontos em comum:
Assim como nos EUA e Europa, o Brasil enfrentou queda nas vendas para montadoras nos últimos anos, mas começou a se recuperar em 2024.
A invasão de pneus importados – principalmente da Ásia – é uma realidade compartilhada por todos os mercados.
A pressão de custos, o impacto de fatores econômicos e a instabilidade nas cadeias de suprimentos também são desafios globais.
Diferenças marcantes:
Enquanto América do Norte e Europa mostraram estabilidade ou crescimento no mercado de reposição, o Brasil registrou queda, refletindo o menor poder de compra do consumidor.
No Brasil, o aumento das importações foi mais agressivo, colocando em risco a sustentabilidade da produção nacional.
O crescimento de pneus para montadoras foi mais acentuado aqui do que em outros países, especialmente no segmento de caminhões.
Apesar do cenário desafiador em 2024, há expectativa de uma leve recuperação em 2025, impulsionada por juros mais baixos e algum reaquecimento no setor automotivo. No entanto, os dados do primeiro bimestre de 2025 mostram um início de ano ainda fraco, especialmente no mercado de reposição, que continua sofrendo retração.
A indústria nacional segue pressionada, operando com capacidade ociosa e buscando apoio para conter a concorrência desleal de produtos importados. Medidas como tarifas de proteção, combate ao subfaturamento e estímulo à produção local são discutidas como caminhos possíveis para recuperar competitividade.
O mercado de pneus está passando por um período de transição, tanto globalmente quanto no Brasil. As tendências internacionais revelam um ambiente desafiador, mas com nuances específicas em cada região.
No Brasil, o excesso de importações, a queda nas vendas de reposição e a pressão sobre a indústria local tornam o momento especialmente delicado.
O setor deve acompanhar atentamente os próximos movimentos da economia, da política comercial e das preferências do consumidor. A recuperação virá para quem estiver preparado para adaptar estratégias, reposicionar ofertas e enfrentar uma concorrência cada vez mais acirrada.
Assessoria Digital nº1 para o Mercado Automotivo no Brasil
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